quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Caminhandanças II

O sol se nos mostra de novo.

Novo a pino.
É meio dia no relógio de Deus.

Bate forte a fraqueza
e macho feito chacoalha,
tipo menino -
quando chora na barra da mãe.

- Alegria! Alegria!

Ao menos padeces na luz.
Tens o privilégio de caminhar na luz.
São tantos os que não podem enxergá-la...

- Avante, avante!

Antevejo:
Mirarás o sol sem haver de cegar.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Ah não, Bandeira!

Um cambaleante toxicômano,
talvez um ébrio habitual,
me catequize o novo dialeto.
Fecho os livros, os olhos...
RELATIVAMENTE INCAPAZES!
Minha’lma sim!,
vê um homem
afogado em sua desgraça.
Sem flores ou floreios.
Desgraça.

Nada como a desgraça em Chico, não?
Doce e lírica...

Mas se bem me parece,
o homem antes mergulhara
numa garrafa antilírica.
E tanto ajudava o motorista ao acelerar brecar bruscamente...

E tão amargos eram os risos ecoantes quando se desfigurava no piso imundo...
Aonde leva a condução?
Desequilibrados! Desequilibristas!
Todos rumo ao mesmo destino.

Ah não, Bandeira,
minha’lma insiste em ver homens...
Desgraça!

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Ou não

Sempre fui assim... Ou mais, ou menos assim, talvez. Pelo menos desde que eu me entendo por menino - digo isso, também, porque, por um tempo, entenderam que eu bebê fosse menina, Maria Luísa seria, que linda!, mas me refiro a mim molecote mesmo - eu sou desse jeito. E não me entendam mal, jamais!, que dessa parte entre menino e menina fui sempre menino muito bem entendido, obrigado.

A questão que me passava era ser um moleque medroso, sabe... De tão medroso que, até no falar refletia - era uma mania de talvez, se, mais ou menos. Aqueles coleguinhas na escola todos cheios de certeza, de esperteza, de si, com os braços empinados pedindo a fala, me faziam sentir mais murcho, no meu cantinho com meus talvez, se, mais ou menos... Me recordo bem de uma vez em que a Tia Ana veio me perguntando como havia sido o final de semana, assim, na frente da turma toda e eu, Desprevenido da Silva, me enrolei tanto que consegui deixá-la mais sem graça que eu.

Eu tinha medo de um tudo. O fofão do carnaval, figura típica desta região, me afligiu uns tantos anos Madre-Deus a mais do que fez aos outros colegas e só deixou de ser meu inimigo mor depois que consegui me perceber ridículo em meu medo – já meio marmanjo. Ninguém lá em casa entendia a razão de eu cagar de porta aberta. Mas que mau modo absurdo, a casa toda fedendo a merda! Cagava mesmo!, mau modo por medo de uma imagem de São Benedito que ficava no quarto ao lado. Que me perdoe o Movimento Negro, mas que diaxo que ele tinha de ser negrão-cor-de-carvão-que-eu-nunca-vi-igual? Depois até me entendi com Seu Biné, e no final, claro, rolou uma promessinha.

Acontece que eu fui crescendo. Não deixei de ser medroso, mas não dá pra ter 20 anos e ter medo de fofão nem cagar de porta aberta(por favor, não me digam!). Só teve que eu cresci um pouco demais. E adivinhem o que: medo de altura! Quem nunca ouviu por aí os ditos, ‘quanto maior a altura, maior o tombo’, ‘ nos menores frascos estão os melhores perfumes’? Pois é, eu me tornei a personificação disso. Não sei nem porque estou escrevendo tanto nesse texto... Pode até ser que fique bom, né? Ou não...


terça-feira, 15 de setembro de 2009

Direito

Danço!danço!
por entre letras
palavras, conceitos.
E rio! farto, desses
livros entupidos
de doutas verdades.

Esse conhecimento
pomposo, enfadonho...
Dispenso!
E assim me meto a sonhar
fazendo tudo ao
avesso.

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Parte I - Do Alto da Bela-Vista

Tem tanto tempo que eu não posto nada, hein... Não desistam do Di Linharez, mas só uma olhadela n'Os alvadores Daqui não custa...

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Condução

Pra dar aquela lidinha, toma a condução lá pr'Os Salvadores Daqui', clica aqui.

sexta-feira, 31 de julho de 2009

Sobre o falar metalingüístico

Já fui poeta em crise de mim mesmo
hoje sou poeta em crise
de poesia...
Nossa! com que saudade
estava de meus
demônios!

Minha alma precisava
de poemas e tu nem ousas
saber o tanto
É tal como se os mundos
me ganhassem em novas cores
com as quais não deixarei de pintar
ainda que me diagnostiquem o
mais alto grau de
daltonismo.

domingo, 26 de julho de 2009

Desculpe,

se me tornei

um cidadão pacato
É que no embalo de minha
rede posso ser jurista
guitarrista escritor
Tantas vezes já me embriaguei
da vida da bebida das pessoas do amor
e nada adiantou
Desculpe, se me tornei
um cidadão pacato.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Sou moderno,

mas uso trema,

usava, não sei mais
Até ontem eu também bebo,
bebia, não sei mais.

Tenho andado com os
olhos tão abertos...
Até a poesia tem carecido de,
você sabe, poesia.

A alma pesada a pensar
pensar pensar não colabora em nada,
eu sei, mas prometo,
se amanhã for sol,
há de se estampar com um sorriso
momentâneo.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

JurisdiCÃO!

Era o texto perfeito
eu sei que era
todo desenhado em minha mente
nao me mostrava erro algum.

Tinha um português espontâneo
e uma pitada de jurisdiquês ali,
outra mais cá
fazia brincadeirinhas, sabe
normas, normal
mono, plural...
Tudo bem soltinho.

Só que aí foi que não foi mais.
Olhei pro relógio, eita porra!,
tenho prova mais logo,
e quando me esforcei pra não fugir o texto
vi que minha cabeça tava
mesmo era uma confusão...

Que vá pro inferno, professor do cão!

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Hiato recessivo

Sempre fui uma poesia
meio água e sal, admito.
Mesmo em tempos de crise
nunca dei de impressionar.

É só mais um hiato recessivo, não repare, dispenso
políticas expansionistas.
Tá tudo bem, obrigado,
já já passa.

Pega uma carona com a Ju,
ela tá na rua,
vem pra cá
deitar comigo na rede.

sábado, 13 de junho de 2009

Crianças adormecem no banco de trás

Numa meia noite... digo,

noite meio
entre esse doze de junho dos
namorados e um sábado treze qualquer
Entro pela porta de trás.

Todos sabem que sob embalo de estrada esburacada
crianças adormecem no banco de trás.
Dormem profundo um sono
tranquilo de não haver com o que se preocupar.
O tempo só se dá.
Às vezes dia, outras noite.

Dizendo assim até posso ver
minha irmã Joaninha
despencar num colo familiar qualquer
malfeitos dez minutos de viagem
Imperatriz - Porto Franco.

Mas nessa meia noite...digo,
noite meio
entre esse doze de junho dos
namorados e um sábado treze qualquer
em que entrei pela porta de trás, não.

Havia casais enamorados nos bancos da frente
ocupados demais em gozar os minutos últimos
do 'sábado especial'.
Até me parecia que quando essa noite meio entre o
doze de junho dos namorados e um sábado treze qualquer fosse
mais sábado treze qualquer toda magia se dissiparia no ar...
Estavam ocupados demais.

Eu estava só.
Se ocupado, apenas com meu caderno amassado em mãos que
a indolência e os buracos não me impediam de rabiscar -
havia poesia para além do universo dos casais.

Crianças adormeciam no banco de trás. Duas.
Outro tipo de sono profundo.
Podia-se sentir o
cheiro de droga no ar.
órfãs, fugidas, vivas, mortas?
Estavam ali esparramadas,
mas quem se importava?
Era uma noite meio especial demais.

Um único sujeito ativo ao descer:

Triste, né...?



terça-feira, 2 de junho de 2009

Divino

Vá ali, rapidinho, n'Os Salvadores, vá!

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Literato

Ai, ai,

que agonia que me dá
se meu texto é feio,
que não há pensar.

Eu trago num bolso furado
um tantão de poesia rasgada
em confetes.

Não transborda, como Jéssica,
Não desengarrafa, como Espeto,
Nem nada pretende Salvar.
Nem aqui, nem lá.

Quem sabe um dia me baste.
Antes se espalhe pelo chão,
durante o meu caminhar.

Não entendo do mundo,
não sei aprofundar,
limito-me, dizem,
muito a resmungar.

Ai, ai,
que agonia que me dá
se meu texto é feio,
que não há pensar.

Tempo, quanto tempo pra saber?

Em vão metrificar se
Em flashes me passa uma vida toda porvir.
um, dois, três
meses,
uma vida toda.

Não explicar
Não falsear
Não teorizar

Os moralizadores não foram senão imorais, me disse um livro amigo.

Ele está aqui e acolá. Imanente. Cotidianizado.
Numa balada bossa nova,
Num rap de Mano Brown.

Uns acharão falso e dirão verdadeiro
e dirão falso e verdadeiro será.
Esqueceram do não teorizar?
Ele está.
Adorado, maldito, remendado,
vivido.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Sinal Vermelho

Vá ler lá no blogue Os Salvadores Daqui !

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Ressurreição II

Eletro, ecocardiogramas.

Talvez agora os diagnósticos
não me afirmem estar de acordo com a norma.

- O que há de ser, Doutor?

Se passar do terceiro dia,
essa dor que invade seu peito e
provoca delírios sem menor pudor,
se passar do terceiro dia,
é amor.

sábado, 25 de abril de 2009

Questão de posse

Texto no blogue Os Salvadores Daqui

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Epopéia do irrisório: Paranã/São Francisco

De longe, na Integração, eles são todos um amontoado que se espreme por uma vaga sentado. Nunca tive uma exata compreensão sobre a raiz desse problema – se dá por falta de fila pra contratar funcionário ou por falta de funcionário pra arrumar fila? O fato é que com funcionário contratado, ou seja, teoricamente, com fila arrumada, perderia uma cena animalesca, com certeza digna de qualquer romance de Zola, e a pequena introdução desse raro texto em prosa.

Eu não seria o animal mais desnaturado a destoar todo aquele quadro. Não podia. O instinto de sobrevivência não deixava. Como a cena era mesmo animalesca, fui, então, um macho viril de alto porte e me utilizei de todos os truques que a natureza me dotou. Exalei odores, fiz caretas de intimidação, demarquei território e, ufa, consegui uma vaga sentado.

E que bela vaga sentado! – já digo porquê. Estando eu devidamente acomodado, era tempo de abandonar o vigor animal, diminuir a taxa de testosterona no sangue e voltar a ser um bom hommo sapiens sapiens. (Fora daquele amontoado se perde um tantão da sensação de anonimato que justifica o comportamento animal. Ademais, sentado, eu estava muito bem acompanhado.)

Agora vou ao porquê. E que bela companhia! Ela tinha um ar leve, ela sim, destoava toda a cena animalesca anteriormente descrita. Puro contraste com o universo ao redor. Exalava um odor verdadeiramente atraente e demarcava seu território com charme tamanho que até intimidava qualquer tentativa de aproximação. Tinha um tom de artificialidade dotado de tanta natureza que, novamente, me vi acometido por meus instintos. De maneira diferente.

Ela carregava um Vade Mecum no colo. A dedução óbvia: era estudante de Direito. (Um dado não tão relevante, e por isso deixo aqui registrado entre parênteses, é que com essa constatação, fui tomado pela curiosidade de saber qual instituição freqüentava tal criatura – a parada de ônibus que saltasse revelaria seu destino.) Eu também era estudante de direito. E era, principalmente, um macho tentando impressionar uma grande fêmea em potencial.

O Direito seria uma bela desculpa para ultrapassar o território demarcado com o charme da moça. Impressionar, é verdade, não podia, uma vez que o Vade Mecum dela me informava que seus conhecimentos eram superiores aos que eu ainda, porcamente, sorvia com meus livros de Introdução ao Estudo do Direito. Poderia, entretanto, me aproximar com uma prosa descompromissada sobre a ciência, sem ter que ir logo de cara me humilhando - mas uma hora, de fato, eu teria que fazê-lo. E eu, ainda, era um macho querendo impressionar. Não me restou outra saída, senão abortar a estratégia jurídica.

Havia - além do de Introdução ao Direito - dois outros livros na minha bolsa clichê de universitário, ambos muito bons, por sinal, mas o momentâneo objetivo era impressionar. Um deles era um Celso Furtado, bem pequenininho e de capa meio feia e que, talvez pelo próprio autor, não impressionasse a estudante de Direito. O outro era mais seguro, Nova Antologia Poética de Vinicius de Moraes, não era meu, mas era grande e de capa bonita. Perfeito para a ocasião!

Tirei da minha bolsa o Vinícius e cruzei as pernas. Ajeitei o cabelo, mexi nos meus 18 pêlos da barbicha, masquei um Trident e comecei a ler – tudo puro fingimento com muita cara de hommo sapiens sapiens. Vinícius estava lá, preso àquelas páginas e eu nem me esforçava pra compreender suas imagens sensuais. A cada três poemas olhava curiosamente prum anteparo de vidro à minha frente que refletia a reação da minha companheira de viagem. Depois da terceira espiadela a moça percebeu minha tentativa – fracassada – de impressionar e riu. Puxou a cordinha, rindo, e se foi. (A faculdade era particular). Depois que ela saiu, não pude ter diferente reação. Também ri, meio muito sem graça, mas ri.

E lembrando Vinícius, não aquele lido distraído nas paginas da Antologia, aproveito para dizer: Que me perdoe minha oficial, mas flertar no ônibus é fundamental. (Ela, (in)felizmente, não costuma passear de transporte coletivo).

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Noite fria e sem carimbó

Foi um dia longo -

daqueles entre compras no supermercado e batucadas
de samba.
Nada tão especial.

Foi um dia de chuva -
daqueles que levam a preces de perdão a São Pedro
                [ e fazem aflorar todos os rios aterrados da cidade ilha.
Nada tão inusitado.

É uma noite de vinho -
daquelas que me fazem pensar besteiras e besteiras d'Ela.
Um amigo sugere :
- Vai lá, escreve.

E cá estive. 
Hábil até onde o vinho permitiu.

domingo, 5 de abril de 2009

Vovó de férias no século XXI

Vovó me disse que esses tempos hiperpósmodernos andam tão virados -
E ela nem sabe o que
é ser
hiperpósmoderno.

Que diaxo que tudo hoje é canseira?!
Que diaxo que tudo hoje é câncer?!

- É hiperpósmodernia, Vó.

Que diaxo que carro anda engarrafado
e quem cuida de dente não sabe sorrir?!

- É tudo hiperpósmodernia, Vó.

Diaxo!

Eu sei, sei.
Em realidade, todo esse resmungo
não passa de
saudade.

- Vamos lá, Vó.

E desde quando o mundo não foi virado?
Talvez antes fosse só do
avesso.

quinta-feira, 26 de março de 2009

Pluviosidade

Ai, ai, Nimbus!
Quão à toa foi toda aflição
que enervou meu céu negro.

Que límpidas gotas
as precipitadas sobre esta terra!
Reparaste na elegância com que
se esquivaram de ti?

É, sim, tempo de chuva
e tudo que implica.

Mas quem sente falta de metáforas de
Sol a arder nossas moleiras?

A doce torrente que hoje
me encharca, nada há de lembrar
a velha e pós-moderna e ácida chuva. 

Sequer reclamarei de meu,
atchim, resfriado.

quinta-feira, 19 de março de 2009

Pluviômetro

Meu céu negro,
pleno meio-dia,
denuncia:
hoje não há metáforas
de sol.

É tempo de chuva
e tudo que implica.

Quantos rios aterrados!
Quantos bueiros entupidos!
Quanta catástrofe porvir!

Ai, ai, Nimbus!
Meu céu negro é frouxo, frouxo...

Quanto teme sobre ser
precipitado!





sábado, 14 de março de 2009

Concreto

Armado.

Sonho.
Concreto.
Pela metade.

quarta-feira, 11 de março de 2009

Texto no Blog "Salvadores d'Aqui"


sexta-feira, 6 de março de 2009

Acontece

Ai como adoro 

me contrapor ao que diz
um certo livro na estante de meu pai.
- Etiqueta!

Cerro a porta do recinto
e me dedico intimamente ao ato.
Sem regras nem convenções.

E por falar,
como são fúteis essas regras!

Novamente sou tomado
pela impressão de que
tudo quanto é instituído socialmente,
aponta somente no sentido de negar
o que é inerente ao homem.

Esqueçamos tais bobagens.
Afinal, é tão natural, 
alguma hora há de acontecer.

Sentar,
ignorar o que, porventura,
venha a incomodar o olfato alheio e
efetuar 
o ato da defecação.

Que alívio!


quinta-feira, 5 de março de 2009

Santo de casa

Texto no blog " Salvadores d'Aqui"
Santo de casa

segunda-feira, 2 de março de 2009

Almoço

Hoje eu sentei pra comer.

Como não fazia há muito tempo.
Eu sozinho na mesa,
pratos, talheres, baixelas,panelas.

Comi salada, 
peguei peixe com as mãos,
limpei a boca na toalha de mesa -
ninguém viu.

Sentei tão concentrado
no almoço, tão distante de mim.
Hoje eu sentei pra comer.
Como não fazia há muito tempo.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Maria Fofoca

Um dia desses
pus a cara lá na porta da rua
meio que pra espiar como
se portam os vizinhos a fofocar.
Que agradável surpresa
quando a senhora que falava,
com uma expressão de cinismo,
pôs-se a me cumprimentar.

Bom dia, senhor Paulo. Como vai a família, senhor Paulo?

Pa(i e)ternidade

Era quase um fórmula 1
por ultrapassar uns poucos carros
na estrada São Luís - Rosário.
Trabalhador honesto que sustenta
heroicamente a família.
Figura intelectual que quero
melhor ser quando crescer.

                 .
                 . 
                 .
Havia espaço pra mais.

Além do moralismo e
da imaginação infantis,
Coragem de se desmitificar
herói e se mostrar comum:

ser amigo,
ser pai.

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Arranhacéu.

O que te acontece ao
ver a cidade do
alto?
Arranhas o firmamento,
a majestade te cai do céu
e as pessoas lá embaixo
se parecem muito baixas - é o
mal da cobertura.

Cuidado para não ser pisoteado, formiguinha.

sábado, 21 de fevereiro de 2009

Caminhandanças

O bom companheiro deve reconhecer:

a caminhada de um homem só
muitas vezes se revela uma
romaria.

Obrigado.

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Aí vai o Sol

De que me vale saber
as danças que fez
em suas andanças?

Nada me vale saber
os motivos que solaparam
seu destino.

Ainda que digam que
se pôs em covarde retirada,
apenas vejo queimar
a paixão de tua intensa jornada.

Para mim, será sempre
como se mostrava -
sol a pino a irradiar.




sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

osé ag?Eora, J

A visão,
a razão,
a expressão.

É preciso ser além da retórica.

Religar-se.
Transcender.
Poetar.


quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Assim, si lá

Eu assim,
fora do tom.
Mi sem Sol,
Só em mim.

Eu assim,
diminuto.
Sol em Mim,
sem Dó.

Eu assim...
Si, Lá, Dó.
Sei lá,
cilada!

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Valor do quê?

Que lugar-comum!
Condenar o travestir,
no moderno vestir,
dos nossos jovens
burgueses.

Se não existe o belo aqui,
no macacódromo tropical,
não há de se ver desgraça ou chorar mal.
Afinal, sente-se cheiro de London nos bolsos
dos nossos jovens
burgueses.

Que lugar-comum!
Será que despender sem pudor,
na inconsciente esperança de agregar algum valor,
ratifica seu estigma de frívolos jovens
burgueses?!