sábado, 14 de junho de 2008

Seu Eu e Seu migo

Na sina de viver só com migo,
sem amigo,
sigo
e consigo
viver a sina
de só
viver.

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Poesia Descartável

Vivo a poesia das cidades
escrita em flyers de supermercado, ganhos no sinal.
Descartável.

Escrevo, amasso e jogo fora -
pela janela do carro,
pra entupir bueiro.

E infla a inflação

Sento-me no banco do coletivo,
Muito na cabeça, barriga cheia de vazio.
Ao meu lado, uma senhora negra,
cuja expressão denunciava a vida. Magra.
Levada a muito sofrimento e pouco sustento.

- Desculpa perguntar, quantos anos?
-17.
- Meu neto tem 15 e já é quase do teu tamanho - maior que todos da família.
- É, lá em casa também é assim...
- Vendo pêtas, não quer um pacote?
- Quanto custa?
- Hum i vinticinco.
- Não, obrigado.

Ali findou aquele curto papo. Meu bolso acomodava uma única moeda de 1 real - edição comemorativa, 40 anos do Banco central. De nada me valia.
Que deus abençoe a inflação!

sábado, 7 de junho de 2008

Não vou mentir

Desculpe, eu me amo -
Tanto que procuro n'outrem
eu.
Desculpe, eu me amo.