sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Sobre o falar metalinguistico

Relendo os primeiros textos que escrevi nessa página, reparei que há tempos não me entrego aos prazeres da linguagem em prosa. Confesso, a necessidade de usar conectivos,de dar mais consistência à estrutura, de certa maneira acabou me afastando da utilização dessa forma textual. Foi a desalentadora complexidade prosaica que me impeliu a novos rumos.
.
E como hoje me parece tão inevitável enxergar com bons olhos esses novos rumos! Meio sem querer, meio querendo, fui desembainhando um verso aqui e outro acolá - digo desembainhando porque, passado o tempo, se tornou notório que brigava com os textos; o poeta briga com a vida, pensei para confortar -, fui dando forma ao que se tornava amorfo, fui escrevendo (poesia?).
.
Ademais, o despertar da paixão antropófaga me incitava à missão de depor o espalhado nos corredores mais sórdidos dessa rede bloguística - me pareceu uma esperança na arte literária. É bem verdade, qualquer coisa que escrevesse tenderia a se engrandecer perto da tagarelice sentimental de uns e outros, do ilogismo decadente, do surreal que rima pobre e da despretensiosa prosa de diarinhos virtuais. (Repare a imodéstia ao me comparar com os amiguinhos). Segui metalingüisticamente falando.
.
E quando reparei não passava de (poesia?) metalingüisticamente falando cheio de despretensão. Eis ai o motivo da reviravolta no blog. Despretensão! Ruína! A mim aquela singela senhora sempre me pareceu a gravidade! Ao que me parece, não há um homem sequer que tenha ascendido sem grande pretensão. Faltava embriaguez do escrever, o vigor das palavras!
Que me abomine, eu escritor de ofício! Que me execre a mim mesmo!

2 comentários:

João Paulo disse...

Aproveita e coloca um fundo branco aqui.

Jéssica Mendes disse...

Fiquei com medo.