sábado, 12 de julho de 2008

Avós Contemporâneos

Ai meus contemporâneos, como estou cansado das estrelas, do céu azul, da caracterização impalpável, do lirismo bloguístico importado de épocas passadas. Quem ainda observa estrelas em meio a semáforos e engarrafamentos? Quem ainda consegue olhar o céu estrelado quando sobre seus olhos arde uma lâmpada a vapor de 400 Watts? Se mataram a poesia de anteontem, que logo hoje seja feito seu enterro!
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Sejamos mais criativos e menos saudosistas, saibamos traduzir nossa era como merece ser traduzida. É tempo do digital, do caos urbano, do povo sem crença, do amores efêmeros, do desamor. Olhemos sim para o passado, mas como quem olha para algo que já foi superado. Contemplemo-lo a distância.
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E somente para provar que não o descarto, aproveito o que disse Descartes e deixo a deixa aos contemporâneos - sim, a vós contemporâneos, avós que ainda usam a segunda pessoa do plural.
"Aquele que emprega demasiado tempo em viajar acaba por tornar-se estrangeiro em seu próprio país...".

5 comentários:

Solitude disse...

Cansei de ouvir essa frase enquanto voltava da escola, ou ia pro reviver...
eiuaheiauheuha
bomxibombombom

404 Not Found Again disse...

eu me sinto um estrangeiro, passageiro de algum trem, que não passa por aqui, que não passa de ilusão.

engenheiros

Jéssica Mendes disse...

Eu tenho medo de sofrer influência excessiva dos escritores que leio e admiro e acabar não tendo estilo próprio, acabar apenas imitando, "maquiando" textos... Tenho medo também de sofrer influência excessiva das escolas literárias que mais gosto e achar que ainda respiro os ares de Drummond, Graciliano, Amado, Baandeira, Lispector... Oh, céus! Oh, vida!

Anônimo disse...

Por que o preconceito com semáforos?

Francileia Nogueira disse...

E falando das estrelas, quem pára pra observá-las?
Pois é, daqui as lâmpadas não ofuscam minha visão mas não comtemplo as estrelas como deveria. Então vou observar a beleza do céu estrelado do interior do Tocantins! :)