Hoje eu vou escrever sobre meus amores. No plural.
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Eu não me descreveria romântico. Diria que sou bem mais realista, naturalista, pré-modernista, vanguardista europeu, modernista. Romântico não. Mesmo assim, meu universo amoroso realmente se trata de um Universo amoroso. Não sonho com a mulher amada, sonho com aS mulheres amadas.
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Toda semana sou tomado por um amor novo, diferente. Todos platônicos. Isso porque acredito que a aura do amor - excluído o amor materno, que transcende a questão - só é verdadeiramente bela em duas ocasiões: quando este amor não existe além do campo das idéias, pertence a apenas um dos alguéns do processo, ou quando representado. Circulando longe da órbita da dramaturgia, do cinema e das novelas, não me resta outra opção senão a já anunciada.
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Assim, vou amando em segredo, na surdina, uma a uma até enjoar - até perceber que de outro modo não há de ser, que não há chance de Amor haver. Coleciono os cacos do coração dilacerado a parcelas. Com o tempo as frustrações foram acumuladas.
" - Façam suas apostas para a loteria sentimental!"
Entretanto, de antemão anuncio: No assunto sou leigo. Só Amo a perspectiva de amar.