quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012
Que lugar ingrato!
Que lugar canalha!
Eu que te falo
eu que te vejo
e tu que parada me tem
em mãos.
Que lugar canalha!
que lugar ingrato!
E se calo
teu silêncio môco me perturba
mais do que qualquer carão.
Sou eu o lugar de tua carência
de teu segundo frágil que não volta em dias
do vácuo doído que o outro deixou...
-É tudo pouco pelo meu sossego!
Eu quero o desejo castrado
que te faz formigar
quero ser o motivo
de tua insônia constante
quero o vôo mais alto
que teus pensamentos!
Voa comigo
e não falo nada em vão...
Vem, que calo um silêncio
mais sábio que todos os monges da terra
que todos os poetas da ágora
- Que todas as almas depenadas de paixão!
Mas tem que vir
e me dar a mão
ou, então, me enterra de vez
neste lugar
ingrato!
quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012
Presente,
colado bucho a bucho,
revejo todo o desejo que ganha ímpeto.
O bananal é estrume
todo aire é alento
nosso absurdo
é patente.
Vitórias-régias gigantes?
Borboletas azuis a nos guiar rio abaixo?
Desacato à realidade!
Tocarão todas as baladas
e todas as badaladas of anyone
e pouco importará se
o lado é b ou a.
As cóssegas machucam
como um soco nos culhões
a doer até os recônditos de minha
alma masculina.
Ainda assim,
com ternura,
quis comê-la a cada dedo
que encosta em mim.
Entre o bom dia
e o boa noite
Uma lua, chuva e loucura.
O sol veio nascendo preguiçoso
como se dissesse
que o dia não precisa ser alegre.
(Na verdade, parece saber bem quão belos são os dias nublados).
Logo cedo me perfumo
E passeio de mãos dadas com minha querida
Inveja.
Incompetências e frustrações aparecem
bambas em lances súbitos
e, em vão,
corro a ler um livro que
não me deixará mais
sábio.
quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012
Vi uma moça passando
lenta como um cigarro que queima sem vento
quis que fosse
e não era
tu.
quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012
por um distanciamento racionalmente... apaixonado
Não há de falar nada.
Só o silêncio basta
pra ouvir se a voz ainda afirma
-desejo!
Só o silêncio basta
para saber se a boca paraliza
ao lembrar de teu beijo.
O silêncio basta
se lá
longe onde tu não anda
alguém se esquece de ti ao cruzar a esquina.
Basta.
É novo
paga por tagarela
ansioso.
Também há silêncios que
precisam ser ditos.
Mas usa tanta palavra
pelo prazer de falar, sentimental.
Não foge da ratio...
Não foge da raia...
E cala!
Pois há dias de falar nada.