segunda-feira, 9 de junho de 2008

E infla a inflação

Sento-me no banco do coletivo,
Muito na cabeça, barriga cheia de vazio.
Ao meu lado, uma senhora negra,
cuja expressão denunciava a vida. Magra.
Levada a muito sofrimento e pouco sustento.

- Desculpa perguntar, quantos anos?
-17.
- Meu neto tem 15 e já é quase do teu tamanho - maior que todos da família.
- É, lá em casa também é assim...
- Vendo pêtas, não quer um pacote?
- Quanto custa?
- Hum i vinticinco.
- Não, obrigado.

Ali findou aquele curto papo. Meu bolso acomodava uma única moeda de 1 real - edição comemorativa, 40 anos do Banco central. De nada me valia.
Que deus abençoe a inflação!

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